No âmbito da Campanha Floresta Segura 2025, que visa a prevenção de incêndios florestais, a Guarda Nacional Republicana sinalizou, entre 16 de fevereiro e 30 de abril, "10.417 parcelas de terreno que poderão estar em infração por falta de gestão", indicou a divisão de comunicação da força de segurança.
A gestão de combustíveis visa reduzir o material vegetal e lenhoso para dificultar a propagação e a intensidade dos incêndios em torno de habitações e aglomerados populacionais em zonas rurais, com a maioria das notificações nos distritos de Leiria (2.606), Bragança (1.162), Santarém (941), Coimbra (818) e Viseu (798).
Os distritos com menor número de terrenos são Évora (51), Portalegre (57), Guarda (209), Beja e Porto (232), completando a tabela com Lisboa (259), Faro (260), Vila Real (280), Setúbal (360), Viana do Castelo (379), Aveiro (464), Braga (652) e Castelo Branco (657).
A GNR salientou, no entanto, "que ainda está a decorrer o prazo para a realização dos trabalhos de gestão de combustível, que foi prorrogado até 31 de maio", prevendo que "o período de fiscalização se inicie após essa data".
Para já, mesmo que ainda provisórios, os 10.417 terrenos sinalizados este ano superam os 10.256 registados até 31 de maio do ano passado, mas ficam abaixo dos 14.319 em 2023, 10.989 em 2022, 14.545 em 2021, 24.227 em 2020 e 31.582 em 2019, segundo dados anteriormente divulgados pela GNR.
Para Ricardo Vaz Alves, diretor do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (Sepna) da GNR, o "número de denúncias está em linha com o que aconteceu no ano passado" e, tendo em conta as 14 mil denúncias de anos anteriores, acredita que há "uma evolução em termos de sensibilização da sociedade para a gestão dos combustíveis".
"Está a ser feito aqui um trabalho de sensibilização muito grande e isso está a dar frutos em termos de gestão de combustíveis", disse o responsável, em declarações à Lusa.
"Notámos claramente que houve um maior esforço por parte dos cidadãos para regularizarem todas as situações potencialmente infratoras e, ainda por cima, tendo em conta não só a pluviosidade que se verificou, mas também a falta de empresas no mercado disponíveis para realizar este tipo de serviço", acrescentou.
O diretor do Sepna assegurou que o objetivo da GNR "é sempre sensibilizar e procurar corrigir as situações potencialmente infractoras" e, só em último recurso, será "levantado um auto de infração por falta de gestão de combustível", depois de "sinalizar, falar com os proprietários, falar com os vizinhos também", para que "a mensagem passe e as situações possam ser corrigidas".